O Encontro…
Os cabelos cacheados não existem mais. A magreza de 1,95m foi transformada em carne.
Macia, quente, doce.
A marca, sobre lábios fortes, sumiu. A covinha no queixo ficou.
A voz mudou.
As mãos mantiveram-se quase intactas, não em sua totalidade pelo pequeno detalhe.
Mas o encontro foi mais, foi maior, foi melhor que sonhado.
A Chave…
Num desses encontros a chave foi entregue.
Chave lisa, nova, sem marcas. Dentro de uma caixa.
A caixa ficou. Guardada. A chave foi dada e, ao entregar, foi-lhe dito que ela guardaria uma vida, que seria sempre sua.
A chave era para ser gravada com o início de ambos.
A caixa ficou. Guardada. Da chave, não se sabe.
A chave é única. Ninguém jamais a teve antes ou a terá novamente.
A chave…
O Amor. (*)
Os encontros, hoje, não acontecem. A chave se foi.
E acredita. Espera. Deseja que o amor de quem a tem não acabe.
O seu jamais acabou. Só acalmou, confessou, adormeceu.
Tentou substituir o amor e fracassou.
Esqueceu de desistir. Desistiu de esquecê-lo.
Sabe que nada, ou ninguém, o substituirá.
Não sofre mais. Aceita. Cala.
A saudade aperta. Finge que não sente. A falta emudece.
O encontro que precisa ter.
A chave que quer marcar.
O amor que vai sempre sentir.
Autoria: Sandra Pontes
(*) Fecho aqui mais uma série de mini-contos interligados. Uma história de amor. Só não sei o seu final…
® TEXTO REGISTRADO. PROIBIDA REPRODUÇÃO SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO. SUJEITO ÀS PENALIDADES PREVISTAS NA LEI 9.610/98 DE DIREITOS AUTORAIS.
PLÁGIO É CRIME! E OS TEXTOS CONSTANTES NA INTERNET POSSUEM UM AUTOR. PENSE NISSO ANTES DE USAR O COPIAR/COLAR.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Comunidade do site no Orkut. Participe.
Posts Recentes:
- Diário de Uma Quarentena Com Mais de Um Ano E Meu 1º Dia pelo COVID-19
- Até um dia…
- Sobre Cuba
- Juri pessoal
- Não se renda
- O Livre arbítrio na religião. Até quando???
- Dia das (dos) Solteiras (os)
- Procura-se
- Onde estão meus sonhos?
- Eu sei… Suas asas estão prontas para o voo.
Comments
This entry was posted on Friday, August 22nd, 2008 at 9:15 pm and is filed under Crônicas & Contos. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.
O tempo, além de canalha , tem o poder do esquecimento.
Se queremos esquecer, sim. O problema é quando não queremos…
Pior ainda é quando queremos esquecer, mas não nos deixam, criando expectativas e alimentando esperanças que não serão cumpridas.
Beijos
Como diria o poeta,
mas essa sua novela,
mas essa poesia,
mas essa sua melancolia,
somada a essa cerveja q tomei,
deixam a gente comovido como o diabo!
inté