– Filha, calma… Não fica nervosa! Sua irmã pediu, pelo telefone, para você manter a calma! O Léo já foi buscar o Sr. Aguinello.
(…)
– Mãe, “seu” Aguinello está aqui. Daqui a pouco você sai…
O começo…
Domingo, dia 21/09, aniversário do Léo. No sábado minha casa foi invadida por um bando de pré-adolescentes barulhentos… Eles se foram e eu e o Léo fomos assistir a um filme. Meia-noite chegou, dei os presentes dele, um beijo e cama.
8h23… Hora do nascimento dele… Adivinha? Filho e cachorra empoleirados na minha cama… Outro beijo e voltei a dormir. Domingo frio em São Paulo, com chuva forte… Mas quando o Léo saiu do quarto a fechadura da porta fez um barulho esquisito, de tranco. Não me preocupei. Mas deveria…
Por volta das 10 da manhã minha irmã liga para marcarmos a hora do almoço. Eu saio da cama, giro a maçaneta já caída e… Levanto, giro novamente e… Nada. A fechadura não abre. Tentando manter a calma travo o seguinte monólogo comigo:
– Calma, San… Sem desespero.
– Diga VOCÊ para a minha claustrofobia manter a calma!!
– É seu quarto, San. É grande… Não tem porque ficar desesperada.
– Não? Não mesmo?????????????
.
.
.
– Léoooooooooooooo… Estou presa aqui!
– Espera que eu estou falando com a tia.
– Leonardo! Desliga esse telefone e chama o David (zelador), o Antonio (porteiro), chama alguém!!!
– Espera mãe. Tô contando para a tia que você está presa… (Alguém já disse que crise claustrofóbica não espera?!?!?!?!?!?!)
.
.
.
– Filha, calma… Não fica nervosa! Sua irmã pediu, pelo telefone, para você manter a calma! O Léo já foi chamar o Sr. Aguinello.
Minha mãe, em sexto sentido, chegou em casa mesmo sem saber que eu estava presa. Disse ela, depois, que foi impelida, instruída mentalmente a subir.
– Mãe, “seu” Aguinello está aqui. Daqui a pouco você sai…
Chega o chaveiro que possui uma banca de jornal na esquina de casa. Sr. Aguinello já é amigo, nos conhece antes mesmo de eu engravidar do Léo…
– Calma, filha… Você tem alguma coisa aí que possa soltar o parafuso da maçaneta?
– Não, “seu” Aguinello. Nada! Já tentei com a pinça, mas não funciona. Léo… Vai lá em cima e pega a caixa de ferramentas e a caixa da furadeira.
– Calma, filha…
– Tô tentando, mãe…
O Sr. Aguinello lixa uma chavezinha para que eu tente abrir. Passa por baixo da porta. Não abre… Nisso, sabe-se lá como (só pode ser ajuda espiritual) o Léo encontra no “triângulo das Bermudas” que ele chama de quarto, uma chave de fenda, fina e com um cabo em forma de elo, que era do meu pai. Passa por debaixo da porta e consigo soltar o parafuso e tirar a maçaneta. Mas não resolve… A máquina quebrou. “Seu” Aguinello passa, então, uma lâmina para forçar a lingüeta soltar… Outro nada. Já “vi” minha porta, linda, arrebentada bem no meio, com os cacos dos vidros espalhados pelo chão… Minha mãe, em sua visão, a vê arrombada com pé de cabra.
A maçaneta vira em falso, a lingüeta não saí de forma alguma. Eu suo dentro do quarto, apavorada quando, forçando muito, a lingüeta recua e a porta abre. Foram os trinta minutos mais longos da minha vida…
Aproveitamos e trocamos as maçanetas internas, pois todas estavam com o parafuso do lado de dentro do cômodo. Após o almoço compro outra fechadura, completa, para ser instalada. Fora que viro a piada do dia: a Sandra presa dentro do próprio quarto. Até minha tia ligou para saber se eu estava bem… 🙁
Sinceramente, essa foi bem pior que o Túnel Rebouças, no RJ, e das duas vezes que fiquei presa no elevador, uma quando ele quebrou e a outra, quando a sacola que eu levava no ombro travou a porta.
Felizmente, dessa vez não dei piti, não berrei ou chorei. Só suei frio, muito frio…
Autoria: Sandra Pontes
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Comments
This entry was posted on Sunday, September 21st, 2008 at 8:35 pm and is filed under Momento Bobagem. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.
Ai que desespero!!!
Eu não sou claustrofóbica mas não gosto nem um pouquinho da idéia de ficar presa, seja lá onde for, nem no meu próprio quarto.
Beijo em vc e outro no Léo pelo aniversário dele.
Muito tudo de bom pra ele.
SANDRA, JURO QUE TE ENTENDO….RSSSS
SOU CLAUSTROFOBICA TB….
ADOREI O CASO, MORRI DE RIR IMAGINANDO A CENA, MAIS ME DEU DÓ DO SEU DESESPERO…RSSS
BJÃO E OTIMA SEMAN
OBS: PARABÉNS PRO FILHÃO!
😛
Ainda bem que era na cobertura triplex que vcs moram…
Duplex meia-boca… rsrsrsrs
Beijos