define('DISABLE_WP_CRON', true); Conversando (finalmente) com P.H. | Sandra Pontes


Conversando (finalmente) com P.H.

Category: Meu Amigo Imaginário | Comments Off on Conversando (finalmente) com P.H.

– Estou com saudades de você…
– Eu também.
– Tenho sentido sua falta…
– Eu sei…
– Tenho tentado arrumar as coisas enquanto você está fora, mas…
– … Não é a mesma coisa.
– Não… Não é. Você faz falta aqui.
– Sinto isso quando chego…
– Vai ficar até quando assim?
– Enquanto precisar.
– Entendo… Mas outra coisa tem me preocupado.
– Não fala mais nada…
– Preciso falar. Você fez, mas se arrependeu.
– Não me arrependi. Só achei que era o certo…
– Você já fez isso uma vez e voltou atrás.
– E resolveu?
– Não…
– Então… Não adianta. Desisti. Joguei a toalha.
– Está certa da decisão?
– Sim. Nada mudaria. Nada… Sempre ficaria na mesma situação.
– Eu sei… Sei disso desde o primeiro momento, mas você não quis me ouvir.
– Mas deveria ter ouvido. Agora… Já foi.
– Sei que está preocupada em explicar para uma pessoa porque fez isso.
– É… Falei demais daquela vez. Gerei expectativa.
– É… Sabe? Até eu achei que dessa vez seria da forma certa.
– O problema todo é esse: o jeito “certo” nosso pode não ser o jeito “certo” para outras pessoas.
– Se eu fosse você falaria tudo o que está engasgado na sua garganta.
– Responde: vai mudar algo? Se eu falar alguma coisa o pó mágico vai despencar bem no meio da cabeça e despertar? Ou vai gerar um exame de consciência e ver que brincou de um jeito que não devia?
Ali??? De forma alguma! Há pessoas que só enxergam o próprio umbigo. Acham que o mundo foi feito “para elas” e não “por elas”.
– Então…
– Sabe as duas coisas que mais me impressionam?
– Não… O que?
– Bom… A primeira: você é lerda demais! Eu acompanhei tudo de perto. Sei cada detalhe e acho, sinceramente, que quebrou a cara exatamente por levar quase 3 anos para entender que você só era um passatempo, um “affair” sem maiores conseqüências… Você é inteligente e engoliu (ou fingiu engolir) cada desculpinha besta, uma mentirinha mais esfarrapada que a outra. Aliás, eu sempre achei que ali era um poço de aparências, um show de “socialmente correto”. Sabe aquele tipo de pessoa que gosta de falar que faz e acontece?
– Huuhuumm… Sei. E a segunda???
– A segunda??? Você sobreviveu bem melhor do que eu achei que pudesse… Quando a vi tomar a decisão achei, sinceramente, que ia despencar. Você está com pressão por tudo quanto é lado e eu achei que ia cair de vez.
– Também achei… Mas foi o que falei. Do jeito que estava eu não queria. Mudar, não vai. Infelizmente.
Olha… Você escreveu uma frase que não publicou e que achei fantástica. Posso “gastar” este seu post aqui???
– Pode… rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs. Você está me dando um bem melhor. Aposto que a Ana, minha ex-chefe, vai falar que adora quando nós escrevemos juntos…
– Beijo, Ana!… Lá vai: “Prefiro gastar, em vida, o pouco que ganho que deixar para que outros gastem depois que eu morrer.”. Achei perfeito! Você simplesmente resumiu tudo o que sempre sentiram: o medo de tomarem uma decisão e, ao assumirem, perder prestígio, posição social, dividir bens materiais… Pois é… Cada um tem o seu valor como meta. Se os sentimentos são relegados para segundo plano, não é você quem deve sofrer.
– Pois é… Só espero que, quando morrer, o dinheiro, a posição social, os bens materiais também acompanhem. Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs…
– Você percebeu o que acabamos de fazer?
– Não…
– Eu “forcei” você a falar tudo o que estava engasgado, sem raiva. E você desabafou. Posso estar errado, mas foi com um “quê” de pena…
– Foi, não foi???
– Foi…
– Sabe qual a grande diferença? Eu jamais quis ser mais do que sou. Jamais quis assumir uma postura de “grande protetora” e jamais escondi meus problemas atrás de várias atividades que me consumissem o tempo todo, me afastando – ainda mais – de quem eu não suporto ter por perto, exceto em algumas raras “ocasiões”, tipo alívio.
– Mais um desabafo… Tem mais alguma coisa para falar, moça?
– Acho que não… Só se eu falar nome, endereço e telefone! kkkkkkkkkkkkkkkkk
– Hahahahahahahahahaha… Então me faz um favor? Só um??
– Faço. Fala…
– PELOAMORDEDEUS!! Pára com essa música chata, de “sábado à noite quando estou me sentindo abandonada e sozinha”, triste e grudenta, e que já tocou umas trocentas vezes, que já deu no saco!!!
– Hahahahahahahahahahahahaha!!! Vou parar. E dormir. Estou morta de cansaço.
– San…
– Fala, P.H…
– Eu… hhhaammm…. Então… Merda! Você colocou a música de novo?? Vou embora. Depois a gente conversa…
– P.H… É só para fechar o post num clima bom entre nós dois…
– Jura?
– Sim…
– Posso ficar para dormir?
– Com a Rebecca?
– Não!
– No sofá???
– Só lá???
– Só… Ou no quarto com o Léo.
– Vou para o sofá… San… Se precisar…
– Eu sei. Mas vou dormir bem hoje.
– Promete?
– Juro!
– San… Posso ir ao show com vocês? Caraio! Desliga essa música!!!
– Pode. Vai ficar quieto??? Já desliguei!
– Com a Madonna?? Nem f*dendo!!!
– hahahahahahahahahahaha… A gente se vê lá. Não vai esquecer!
– Pode deixar… Te cuida. Me vou… O sofá me espera.
– Sem roncar, ok??
– Besta!!!
– hahahahahahahahahahaha…

Autoria: Sandra Pontes

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