E lá vamos nós rumo ao morro. Bem no início da subida um comentário da Luna me deixa intrigada: “Ainda bem que não viemos com o carro da Sandra!”. Pergunto o por que e a resposta me deixa impressionada: os carros com placas “não” Rio são parados e “convidados” a levar um guia (pago) até o Corcovado. Isso tudo porque as placas indicativas para a subida tiveram as setas raspadas ou pintadas nas bifurcações inviabilizando totalmente a localização pelos turistas.
O Cristo, visto de perto, é um absurdo de lindo! Não consigo disfarçar a emoção. Pessoas de vários países disputam à tapa uma vaguinha na escada tendo o “todo poderoso” acima das cabeças para uma foto. Outros malucos sobem no parapeito em volta da área para a famosa foto-imitação do filho Dele.
Descemos por Santa Teresa, um bairro (entre tantos) encravado no morro, seguindo o trilho do bonde. Desembocamos nos Arcos da Lapa, centro do Rio. Teatro Municipal, Sala Cecília Meireles, Cinelândia. Vi homens de terno e gravata!
Dali um pulo até Botafogo, onde encontramos o João (Nababu) e Ilan para o almoço. O almoço? No restaurante Caravela do Visconde na Rua Visconde de Caravelas, onde servem uma picanha na brasa deliciosa, um chope bem tirado e lotação esgotada, com direito a fila de espera na calçada. Um café na sorveteria (é, lá não servem) e vamos para o Bairro da Urca.
Fomos, então, a um barzinho no Leblon, chamado Botequim Conversa Fiada (Dica: ótimo lugar para paquera. Aliás, o Leblon inteiro é. Não reparei nas mulheres – claro – mas como tem homem bonito!). Eles possuem um sistema super legal de atender os clientes: as porções são preparadas e oferecidas de mesa em mesa. Bolinhos de aipim com queijo coalho, o próprio queijo assado, espetinho de camarão, caldinho de feijão e a casquinha de siri mais “gorda” e gostosa que já comi na vida!
Como o tempo ainda está nublado e uma chuvinha chata não nos larga deixamos planos A, B e C prontos para o dia seguinte:
– Plano A – Chuva – Boliche no Barra Shopping
– Plano B – Nublado – Jardim Botânico
– Plano C – Sol – praia.
O plano D, sugerido pelo Ilan, foi totalmente descartado pela medrosa aqui: pular de asa delta da Pedra da Gávea aterrisando na praia do Pepino. Bem que ele insiste, diz que eu pularia com o instrutor, mas eu tenho um filho para criar, gente (isso! Filho é escudo para covardia!!).
Com três alternativas para qualquer clima prontas para o dia seguinte, voltamos ao hotel para dormir. Mas ao chegar, me pego com um tremor intenso nas mãos, suor frio na testa e identifico os sintomas: S.A.N. (Síndrome de Abstinência de Net). Nada que 15 minutinhos de navegação, nos computadores do hotel, não me acalmem um pouco. Vamos dormir para agüentar o dia seguinte…
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O último dia! A sensação de querer fazer tudo e mais alguma coisa deve abater não só a mim, mas todos os viajantes em suas derradeiras horas. Mas com o som de chuva forte fazendo trilha sonora para meu sono, me permito ficar um pouco mais na cama (entendeu agora a “bendita mudança” do dia anterior?).
O céu nublado cede um pouco de espaço ao sol, ma o vento e as nuvens espalhadas nos afasta definitivamente da orla. Plano C descartado.
A chuva forte que caiu durante toda a noite deixa os caminhos do Jardim Botânico alagados. Plano B no lixo. Seguimos o plano A e rumamos para a Barra. O Rio tem uma peculiaridade que me assusta devido à fobia: como é “recheado” de morros, muitos caminhos são via túnel. Fechar os olhos, engatar assunto, cantar, nada me desvia da claustrofobia! A respiração torna-se curta e rápida e a impressão de que vou ficar presa ali dentro é algo assustador. Chega a ser cômico a Viva correndo no túnel e o Léo procurando a “luz no fim do túnel” para que o peito pare de doer e a respiração volte ao normal.
Mas, deixando as neuras de lado, a Barra é chamada carinhosamente pelos nativos de “Miami”. Nem vou me estender sobre a “linda” estátua da Liberdade que enfeita a fachada do “New York seiláonomedoshopping”. Fomos ao Barra Shopping (simples esse, não?) jogar boliche. E eu diria que a família Pontes fez bonito! O Léo fez nada mais, nada menos, que 5 strikes, uns 2 spares e ganhou o jogo! A mãe ficou em segundo lugar.
Saímos da barra direto para Laranjeiras onde, aos sábados, rola uma feirinha de artesanato feito pelos próprios moradores, uma barraquinha de pastel de queijo concorrido, outra que faz uma deliciosa caipirinha de tangerina (ou mixirica, ou bergamota) e babem: um chorinho inesquecível na praça! Impossível o corpo ficar inerte!!! Ligo para minha irmã (carregada da mais nobre intenção de incluí-la no passeio) para que ela ouça, daqui de São Paulo, o som mágico que surge do grupo de amigos. Sim, ela me xingou. “Daquele” nome…
Zarpamos de Laranjeiras diretamente para o Bracarense, no Leblon. Afamado pela Veja, serve um bolinho de aipim com camarão e catupiry, delícia de camarão e outros salgadinhos que te deixam sem saber se são gostosos, deliciosos ou divinos. João juntou-se a nós assim como o Guto (o Sr. Gabs). Pena que o frio e a chuva voltam à tarde…
Hora de voltar ao hotel (como isso me deixa triste…), arrumar as malas e tomar um banho quente. Viva liga e, como vamos sair cedinho no dia seguinte, sugere um programinha mais família: um macarrão em casa, uma conversa. Parto para lá com um apertinho chato no peito, uma saudade antecipada.
A última foto do feriado maravilhoso e cama. Novamente, vamos acordar às 5 da manhã e voar baixo pela Dutra, a fim de almoçar com meus pais e assistir ao jogo em casa.
E o que dizer deste final de semana?
O Rio é lindo! Mas muito lindo! E não adianta ver em novela ou fotos. É preciso estar lá, sentir, pulsar junto, respirar o cheiro bom de mar que impregna o ar, olhar o movimento, as pessoas, o ritmo peculiar da cidade. Um aparte: o trânsito não é tão caótico como me falaram, ou demos sorte por ser feriado.
Viva, Luna e Ilan. Vontade de falar tudo o que sinto por vocês, mas seria pouco. Vontade de dizer que vocês formam umas das famílias mais lindas, amorosas e carinhosas que já tive a felicidade de conhecer, mas não chegaria a 1/3 da verdade. Então, ergo meus pensamentos a Deus e faço um pedido e um agradecimento:
Um pedido para que o Senhor olhe sempre por eles, pois são mais que merecedores de Teu amor e proteção.
E um agradecimento, de coração, por ter nos dado a dádiva de termos os três como amigos.
Autoria: Sandra Pontes
® TEXTO REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL. PROIBIDA REPRODUÇÃO SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO. SUJEITO ÀS PENALIDADES PREVISTAS NA LEI 9.610/98 DE DIREITOS AUTORAIS.
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Comments
This entry was posted on Tuesday, June 20th, 2006 at 7:30 pm and is filed under Viagens & Baladas. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.
Não tem como vir ao Rio e não se apaixonar. É mágico. Não sei se é por amar tanto ficar sentada na beira da praia sentindo o vento ou se tem mesmo uma certa magia no ar. Espero que quando eu for pra Sampa de novo (quando fui tinha menos de oito anos, não me lembro de muita coisa!) sinta essa mesma magia lá.
E volte sempre, viu? Apesar de pequenino, no Rio sempre cabe mais um.
Aqui tem muita coisa pra se ver, mas o essencial vocês já viram. Fico feliz por vocês terem gostado dos passeios, mas poderia ter sido muito melhor se não fosse o tempo horroroso, minha saúde combalida e a da Viva (que é mesmo um amor de pessoa) e vocês terem que sair cedo no domingo.
Ah sim, a foto que tirei do desenho do Léo está a caminho.
Espero te ver de novo por aqui, porque eu to de vez em quando em Sampa.
Te adoro! Beijinhos
Puxa vida! Foi ótima essa ida ao Rio, heim?!
E quando é que você virá pra BH? Pode ir tratando de arrumar um fim de semana pra isso. E não quero saber se o pato é macho; quero ovo e ponto com, ponto br! hehehehe!
Já vit as fotos novas; o desenho do Léo; vocês na sorveteria; a sereia enroscada (essa sereia eu não conheco!).
Ri demais quando você colocou que filho é escudo pra covardia! Não sei como o Léo não falou que queria ir também!
Beijos.
Sandra, que maravilha esse seu passeio. Conheceu um monte de coisas lindas do Rio e de cara tendo a Viva para te ciceronear. Beijocas mortas de inveja.
Querida, foi um prazer ter vocês aqui. Venham sempre! Ainda há muito o que ver e fazer: temos que escalar a Pedra da Gávea, subir ao Morro da Urca a pé, pegar uma onda de kitesurf na Barra e , quem sabe, pular de asa-delta.
Obrigada pelas lindas palavras. D’us os abençoe.
Ei, Vi.. Faltou o Jardim Botânico, um passeio pela lagoa, uma barriqunha lá mesmo, à noite, um retorno ao Conversa para outra casquinha de siri, o Saara, Petrópolis.. caraca, amiga!! Preciso de uma semana aí!!! A gente vai voltar, sim!! Pode esperar… Beijos.. e te amo!
Ah, o Rio é demais mesmo!!!!! Um dia, se Deus quiser…
Oláááá…
linda a historia… hehehee eu atualmente moro em niteroi e estudo no Rio… mas convenhamos… o Rio só eh maravilho na zona Sul… hehehhe
Lapa, Laranjeiras, Leblon, Botafogo, Copa….e mais
hehehehe no centrão… sem comentarios… heheeheh
bom, que bom vou me ver no meu (nosso) cantinho..
Essa semana resolvi nao passar nos blogs para ver como eh que reage os comentarios no meu blog… vi que fica para baixo… eheheheh
bom eh isso… beijos… amanah tem post novo por lá… fique de olho… e que belas fotos hein!!!
Que vidão hein?!?!
Complementando…
Faltou Niterói (com a vista do Rio que é a melhor parte)… Faltaram os museus no centro, Teatro Municipal, Cinelândia, Lapa, as quadras de escolas de samba aqui perto de casa… O que não falta são lugares pra você conhecer.
Beijos