E eu estava em Jacutinga, passando um domingo com meus pais e um ex-namorado. Era hora do almoço.
Entramos num restaurante, para “sondar” o ambiente.
Mas eu não vi o restaurante. Não vi as mesas, muito menos o cardápio. Não vi porque havia uma TV pendurada na parede e a imagem rodou, sumiu, gritou.
Paralisada, eu olhava para ela e pedia, mentalmente: “fala que é mentira, que é brincadeira, que não aconteceu. Por favor…”.
Em choque nós saímos do local. Meus pais me olharam e ficaram preocupados com o pranto largado em plena rua.
– O que aconteceu, filha?
– O Senna… O Senna…
– O que foi?
– Acidente… Sem chance… Morreu…
Lembro-me do clima de velório, na segunda, no banco. Uma amiga, Janete, chorava muito. Algum ser decidiu colocar no protetor de tela, controlado via rede, naquela época, as imagens do Senna. Era choro não disfarçado por todos os cantos.
Aquele olhar, perdido, pensativo, um dia antes… Coincidência, presságio, agouro, intuição. Assusta ainda hoje.
E aquele cortejo lindo… Milhares e milhares de pessoas nas ruas, honras de um chefe de estado. Ayrton era um chefe. Por mais que saibamos de seu comportamento competitivo, vingativo por vezes, esse homem tinha um mega coração.
E meus domingos foram mudados. Eu (e milhares de brasileiros) perderam o tesão pela F1. Até fomos, meu filho e eu, numa corrida em Interlagos, mas a magia acabou. Não sei se um dia volta.
Mas a história de Senna não acabou. Só tomou outro rumo.
E que fique, sempre, sua trajetória de vitórias, de lutas, de força, garra e fé.
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